sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Imaginação dos Cinco Sentidos

Um dia...
Um dia acordo bem disposta, com vontade de sair logo. Pego no telemóvel e convido-te para um pequeno-almoço à beira-mar. Entre o nascer-do-sol e o café, converso contigo eternamente, no demorar das horas que se arrastam pelo céu. Primeiro escuro, depois azul-claro e claro que é bonito vê-lo daqui contigo.
Saio sem outro destino que não seja todo o lado e procuro aí a história que todos querem ler. Brinco com as palavras, as que ainda sei manejar, atiro-as para a folha de papel. Se pelo menos ela as gravasse para todo o sempre...
Paro para pensar, sem interromper esse caminho traçado algures anteriormente, por quem?, porquê? Faço das ideias conclusões, uma manta de farrapos tecida ao vento inconstante. Sei, nesse momento, que erro, que acerto, que erro mais do que devo.
"Um dia volto a falar-lhe. Um dia faço com que volte a falar comigo", penso. Mas prossigo, silenciosamente, no que me torna numa verdade e certeza, uma igualdade ao que sou.
Nesse dia, ao voltar para ti, vejo que tens as mãos calejadas e endurecidas, pelo esforço de me amparar, ainda que nunca to tenha pedido.
Um dia conheço-te, verdadeiramente, e fará sentido.
(E como não cabe tudo isto num pacote de açúcar, "Um dia digo que te amo")
Filipa Moreno

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